Há alguns anos que viajar por lazer deixou de ser um luxo distante e passou a ser, com planeamento, uma forma inteligente de equilibrar descanso, cultura e finanças pessoais. Ultimamente, tenho optado por sair de Portugal. Não por desamor ao país, mas porque os números não mentem: é mais barato, mais justo e, por vezes, até mais agradável.
Comparando destinos como o Algarve com Marraquexe, Málaga, Cabo Verde, e o sul de Itália, os resultados foram consistentes: em média, poupo cerca de 300 euros em viagens de cinco dias.
Este ano decidi passar uma semana num destino de praia, e o escolhido foi o sul de Espanha. Porquê? Porque é igualmente bom e claramente mais barato. E quando digo mais barato, não é um detalhe — é uma diferença que ultrapassa os 500 euros numa única semana.
As contas são simples. Uma estadia de sete noites para duas pessoas num hotel de 4 estrelas em Albufeira ou Faro, em junho ou julho, ronda os 195 euros por noite. No final da semana, o total facilmente ultrapassa os 1 360 euros. Já no sul de Espanha, por exemplo na Costa de la Luz (Cádiz ou Huelva), hotéis de qualidade equivalente oferecem preços médios de 120 euros por noite.
Sete noites ficam por cerca de 840 euros. Só aqui está uma diferença de 525 euros — apenas em alojamento. A isto somam-se os custos diários de alimentação. Supondo duas refeições económicas por dia e um café por pessoa, no Algarve o valor ronda os 59 euros diários para duas pessoas, o que perfaz 416 euros por semana.
No sul de Espanha, com valores muito semelhantes — por vezes até ligeiramente mais baixos, sobretudo se se aproveitar o célebre “menú del día” — o custo semanal ronda os 419 euros. Ou seja, em termos de alimentação, ficam praticamente empatados.
A diferença final, no total da semana, é clara: cerca de 1 781 euros no Algarve contra 1 259 euros no sul de Espanha. Uma poupança de 522 euros, que facilmente paga outro fim de semana, uma prestação da renda ou o seguro do carro.
Mas não se trata apenas de contas. Trata-se de coerência e dignidade. O Algarve tornou-se, nos últimos anos, uma montra de preços em ritmo de rave financeira: tudo pisca, tudo encarece, tudo é vendido como exclusivo. Um balde de cerveja que antes custava três euros agora ultrapassa os oito; uma simples refeição de peixe fresco, servida sem grande requinte, chega aos 30 euros por pessoa.
No sul de Espanha, sou tratado como cliente. Com respeito. Com cordialidade. Com preços ajustados ao que é oferecido. Consigo comer bem, dormir melhor e sair do restaurante com a carteira ainda cheia. E ainda trago vinho e bom humor de volta.
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